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Prefeito de São Gonçalo do Gurguéia é acusado de racismo

O prefeito Paulinho Enfermeiro afirmou que não praticou racismo contra o jovem e que a denúncia foi motivada por desavenças políticas.

Nesta terça-feira (20), o Viagora recebeu uma denúncia contra o prefeito de São Gonçalo do Gurguéia, Paulinho Enfermeiro, que foi acusado pela trabalhadora doméstica Dionete de proferir ofensas racistas contra seu irmão, o jogador amador Danilo Messias. O caso foi flagrado durante uma partida de futebol na cidade de Parnaguá.

De acordo com a denunciante, o jovem de 25 anos estava participando de um jogo no último sábado (17), contra o time da cidade do prefeito, quando teria sido vítima de racismo. Dionete afirma que o gestor municipal estava inconformado com a partida e deu início as difamações.

“Ele por não gostar do jogo começou a agredir meu irmão com palavras chamando ele de neguinho, jumento preto, macaco e de moleque. Como estávamos em quadra lotada muitas pessoas presenciaram a situação e conseguiram alguns vídeos. Meu irmão sofre racismo por parte do prefeito de São Gonçalo do Gurguéia”, explica.

Um vídeo do momento foi registrado pelas pessoas que assistiam o jogo. Nas imagens é possível observar a família do jovem indignada e o prefeito Paulinho Enfermeiro exaltado.

A denunciante afirmou que diante da violência sofrida pelo irmão também se sentiu ofendida. Dionete repudiou o ato de racismo e explicou que Danilo Messias ficou abalado com o caso.

“A gente se sentiu ofendido porque é um tipo de coisa que vemos diariamente e chegou a nossa porta. Nos sentimos ofendidos e menosprezados. Meu irmão ficou abalado, apesar de não conversar muito a gente sentiu que isso mexeu com ele e com a nossa família”, pontua.

Dionete afirmou ainda que apesar das ofensas não terem sido direcionadas para a trabalhadora doméstica, ela também se sentiu agredida. “Nós consideramos que sofremos o racismo junto com ele porque somos família e ficamos abalados com o ato, ainda mais vindo de tal pessoa. Ele sofrer esse tipo de violência mexe com a estrutura de todo nós, é algo que não pode ficar impune”, explica.

A denunciante informou que pretende registrar um Boletim de Ocorrência (BO) contra o prefeito Paulinho Enfermeiro. O racismo é considerado crime inafiançável, conforme prevê a Lei 7.716/89, conhecida como Lei do Racismo, que pune todo tipo de discriminação ou preconceito, seja de origem, raça, sexo, cor, idade.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com o prefeito para falar sobre o assunto, Paulinho Enfermeiro afirmou que não praticou o ato contra o jovem e que a denúncia foi motivada por desavenças políticas.

"Eu estive no evento em Parnaguá, mas eu não conheço esse menino e não pratiquei racismo contra ele. Foi intriga política porque não tem o que fazer e vai denunciar. Eu trato com indiferença, eu não falei nada disso, eu nunca pratiquei nenhum tipo de coisa dessa", afirmou o gestor.

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