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Comerciantes relatam prejuízos durante quarentena em Teresina

Lojistas do bairro Parque Piauí afirmam que precisam voltar a trabalhar porque já não possuem mais recursos.

Depois que um  comerciante passou mal durante uma abordagem da Polícia Militar na Avenida Marechal Juarez Távora no Parque Piauí, zona Sul da capital, alguns lojistas estão reabrindo aos poucos seus estabelecimentos em protesto ao ato que teve grande repercussão.

O episódio ocorreu no último dia 20 de abril quando, segundo a Polícia Militar, o comerciante estava descumprindo o decreto de fechamento do comércio estabelecido pelo prefeito Firmino Filho. Após o ocorrido muitos lojistas se manifestaram contra a abordagem truculenta e começaram a reabrir os estabelecimentos.

A vendedora dona Izeneide Araújo conta que a partir da repercussão foi que alguns lojistas decidiram reabrir o comércio. Ela afirma que a reabertura não é somente um ato de protesto, mas que aproveitaram a oportunidade porque já não tinham como se manter sem as vendas. “Depois do ocorrido com o rapaz, muita gente se manifestou contra. Fizemos até uma passeata em apoio, depois disso alguns vendedores assim como eu decidiram abrir as lojas porque dependemos disso, estava difícil a situação financeira, ainda está”, disse em entrevista ao Viagora.

  • Foto: Luís Marcos/ ViagoraIzineide Araújo, VendedoraIzineide Araújo, Vendedora

A loja da Dora Costa fica quase em frente ao comércio do empresário algemado e ela, assim como outros lojistas, lamentou a forma como a abordagem foi feita.  A comerciante afirmou ainda que precisava voltar a trabalhar porque já não tinha mais recursos e estava até mesmo sendo sustentada por familiares. “Foi terrível o que fizeram com ele, o trataram como bandido, poderia ter sido qualquer um de nós. Ele está constrangido com o que aconteceu, todos nós ficamos revoltados. Eu precisei reabrir minha loja porque nunca recebi meu auxílio, estava sendo sustentada por familiares, gente eu dependo disso”, afirmou.

  • Foto: Luís marcos/ ViagoraDora Costa, VendedoraDora Costa, Vendedora

Os vendedores que decidiram reabrir estão atentos às fiscalizações, mas se sentem incomodados com a forma que precisam agir mediante a situação.

“Eu deixo a porta aberta só até um certo ponto, quando passa a fiscalização a gente rapidamente abaixa para que não vejam. Eu nunca tinha visto isso na minha vida, me sinto como se tivesse fazendo algo errado, mas eu só estou tentando garantir o meu sustento”, lamentou a vendedora Dora Costa.

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