Relatório aponta o Piauí como estado que mais possui denúncias de violência contra homosexuais
Em 2011, 288 casos foram registrados, sendo seis homicídios. Principais formas de violação são discriminação e violência psicológica.
Dados do Relatório sobre a Violência Homofóbica no Brasil de 2011 mostram que o Piauí é o estado que possui a maior taxa de violações dos direitos humanos contra homossexuais denunciadas. São 9,23 denúncias ao poder público federal para cada 100 mil habitantes.
Somente no ano passado, 288 casos foram registrados no estado, sendo seis homicídios. Enquanto no Brasil, 6.809 violações foram notificadas, com 1.703 vítimas e 2.275 casos suspeitos de violência.
A pesquisa elaborada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República revela também que as principais formas de violação aos direitos humanos são discriminação, violência física e psicológica. De acordo com o relatório, 67,5% das vítimas são homens e 26,4% são mulheres. Cerca de 47% dos casos de violência é contra pessoas de 15 a 29 anos.
Em entrevista ao G1 Piauí, a representante do Grupo Matizes, ONG que defende os direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros no Piauí, destaca que apesar do grande número de denúncias, o estado tem uma das menores taxas de violência contra homossexuais.
Preconceito que gera violência
Para o travesti e miss gay Piauí 2009, Dandhara Brazil, o país avançou em relação aos direitos homossexuais, mas a discriminação é algo que continuará a permanecer na sociedade.
"Vamos continuar com isso. A morte de duas amigas minhas transformistas, a Lorana e Jucinara, ficou em silêncio e os culpados nunca foram presos. Na verdade, o preconceito e a violência para pessoas como nós não vai acabar nunca", ressalta.
"Eles não falaram o motivo da agressão, apenas começaram a me bater. Eu corri, mas acabei caindo e quebrei a clavícula em um ferro. Fiz cirurgia e passei 60 dias imobilizado em casa", lembra.
Após o episódio, ela revela que se sentiu abalada e que deixou de trabalhar. O travesti reclama da falta de apoio e justiça para resolver casos como o dele. "O único apoio que eu tenho é o da minha família e do Matizes, porque se não fosse por eles, nem tinha advogada. Na delegacia, a gente se sente acuada, não sabemos o que dizer, se estamos falando direito", lamenta Dandhara.
Somente no ano passado, 288 casos foram registrados no estado, sendo seis homicídios. Enquanto no Brasil, 6.809 violações foram notificadas, com 1.703 vítimas e 2.275 casos suspeitos de violência.
A pesquisa elaborada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República revela também que as principais formas de violação aos direitos humanos são discriminação, violência física e psicológica. De acordo com o relatório, 67,5% das vítimas são homens e 26,4% são mulheres. Cerca de 47% dos casos de violência é contra pessoas de 15 a 29 anos.
Em entrevista ao G1 Piauí, a representante do Grupo Matizes, ONG que defende os direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros no Piauí, destaca que apesar do grande número de denúncias, o estado tem uma das menores taxas de violência contra homossexuais.
Imagem: Reprodução
Marinalva Santana, presidente da ONG que defende os direitos dos homossexuais
"A maioria das mortes homofóbicas são registradas como latrocínio ou homicídio e estão relacionados a outros crimes. Muitas vezes, elas acontecem dentro da casa da vítima e apresentam índices de crueldade, como órgãos cortados, muitas facadas e vítimas amarradas", ressalta a militante.
Preconceito que gera violência
Para o travesti e miss gay Piauí 2009, Dandhara Brazil, o país avançou em relação aos direitos homossexuais, mas a discriminação é algo que continuará a permanecer na sociedade.
"Vamos continuar com isso. A morte de duas amigas minhas transformistas, a Lorana e Jucinara, ficou em silêncio e os culpados nunca foram presos. Na verdade, o preconceito e a violência para pessoas como nós não vai acabar nunca", ressalta.
Imagem: Reprodução
Dandhara Brazil sofreu atentado quando voltava de um programa em Teresina
Em setembro deste ano, Dandhara Brazil sofreu um atentado quando voltava de um programa no bairro Saci, Zona Sul de Teresina. Segundo a vítima, quatro homens em um carro a abordaram em seu ponto e dois rapazes desceram do veículo, um com uma faca e outro com cassetete.
"Eles não falaram o motivo da agressão, apenas começaram a me bater. Eu corri, mas acabei caindo e quebrei a clavícula em um ferro. Fiz cirurgia e passei 60 dias imobilizado em casa", lembra.
Após o episódio, ela revela que se sentiu abalada e que deixou de trabalhar. O travesti reclama da falta de apoio e justiça para resolver casos como o dele. "O único apoio que eu tenho é o da minha família e do Matizes, porque se não fosse por eles, nem tinha advogada. Na delegacia, a gente se sente acuada, não sabemos o que dizer, se estamos falando direito", lamenta Dandhara.
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