Lojistas do Centro de Teresina reclamam de queda nas vendas
Com a diminuição, os comerciantes vêm sendo cada vez mais prejudicados pela baixa do lucro e do fluxo de clientes
Uma das maiores áreas comerciais de Teresina, a região central da capital sempre foi bastante movimentada, repleta de lojas dos mais diversos tipos. Entretanto, nos últimos anos, especialmente após o início da pandemia de Covid-19, os comerciantes vêm percebendo uma diminuição cada vez maior no fluxo de clientes e, por consequência, no lucro das vendas.
Entre o fechamento de um grande número de pontos comerciais, problemas no transporte público da região e o desequilíbrio financeiro do país, as lojas do Centro vêm sendo afetadas de forma exponencial, causando uma crise econômica que já dura anos. Os vendedores e donos de estabelecimento, que dependem do comércio da área, são uma das categorias mais impactadas com a situação.
A lojista Camila Freitas percebeu os impactos dessa realidade e decidiu realizar pesquisas sobre o assunto. “Pela média que eu fiz, houve redução de 40% nas vendas, do ano passado para cá. A situação deste ano se iguala à de 2021, depois da pandemia, época em que foi cortado o Auxílio Emergencial. Houve uma elevação no ano passado, quando o comércio voltou a andar e a ser como era, mas neste ano, de março para cá, as vendas caíram em 30%, em todos os meses”, disse ela.
Camila ainda ressaltou que o perigo existente nas ruas no Centro é um dos vários fatores que causam a crise econômica no comércio da região. “Aqui no Centro existem muitas ‘lanceiras’, que frequentam a área e atacam as pessoas no meio da rua, o que faz como que vários clientes que moram em bairros distantes e antes vinham fazer compras no Centro, pelo melhor preço, não vêm porque a área é muito perigosa”, conta.
Com a estagnação ou queda das vendas, os comerciantes precisam, cada vez mais, tomar medidas para que as lojas possam sobreviver em meio à instabilidade financeira. A lojista Socorro Lima, por exemplo, afirma que as expectativas são desapontadas até mesmo em dias especiais, como datas comemorativas. “Apesar de estarmos sempre atualizando a mercadoria, renovando, procurando inovar e atender melhor o cliente, o fluxo de clientes no comércio do Centro de Teresina diminuiu bastante. Por exemplo, nós tínhamos expectativas de vendas melhores nos dias das mães e dos pais, mas não foi como o esperado, foram dias normais. Agora, estamos nos preparando para o dia das crianças e para o Halloween, em outubro, e temos boas expectativas”, revelou.
Porém, Socorro afirma que continua na espera por tempos melhores. “Também esperamos boas vendas para o final do ano, já a pandemia diminuiu totalmente, e teremos o Natal novamente. Talvez não seja como antes, mas a expectativa é que seja melhor do que os últimos dois anos”, disse a lojista.
Já Silvana Maria, que trabalha em uma loja especializada em vendas com preços mais baixos, destaca a necessidade de os lojistas terem “jogo de cintura” para lidar com as dificuldades dos últimos tempos. “Tentamos sempre atrair o público, principalmente com promoções, e vamos sobrevivendo, correndo atrás. É o nosso dia a dia, precisamos de jogo de cintura”, declarou.
“O mês de agosto, em termos de vendas, foi bem sacrificado para os lojistas. Já passou o dia dos pais, então estamos olhando para o dia das crianças, procurando dar descontos para nos manter até a próxima data comemorativa. A maioria dos pontos está fechada e o número de clientes diminuiu, muito também devido a pouca quantidade de ônibus, que dificulta a chegada de clientes ao Centro”, finalizou Silvana.
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