João Relojoeiro tem túmulo mais visitado em Uberlândia, Minas Gerais
Ele foi vítima de um crime que chocou a cidade na década de 1950. Considerado santo, filho de João não acredita que o pai seja milagreiro.
Vítima de um crime que chocou Uberlândia, no Triângulo Mineiro, na década de 1950, João Relojoeiro é considerado santo por alguns moradores da cidade. Por conta disso, no Dia de Finados, o túmulo dele é um dos mais visitados. Para o filho de João Relojoeiro, no entanto, o pai não é milagroso.
João Luiz Fagundes, conhecido como João Relojoeiro, foi preso injustamente no dia 4 de setembro de 1959, acusado de roubar uma joalheria na Avenida Afonso Pena, no Centro da cidade. Na época ele foi agredido, torturado e acabou morrendo em decorrência de um erro policial.
Todos os detalhes do crime e da tortura sofrida por João Relojoeiro estão descritos em centenas de páginas do inquérito arquivado no Centro de Documentação e Pesquisa em História, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). No processo, João foi inocentado e os motivos do suposto roubo também foram esclarecidos.
"Meu pai tinha 29 anos, recém-casado com minha mãe. Uma família tradicional de Uberlândia. Tinha uma joalheria e estavam passando por dificuldade financeira, quando deram um golpe em uma seguradora. Um homem chamado Manoel Rosa disse que o culpado poderia ser meu pai, ele entrou na história de graça", contou o mecânico Wagner Fagundes, filho de João.
Wagner disse que não tem raiva de quem cometeu o crime. "Não tenho raiva, não tenho ódio, não tenho nada. Até porque acho que o ódio diminui as pessoas", garantiu.
O crime chocou a população de Uberlândia e João Relojoeiro virou santo no imaginário de alguns moradores. O túmulo onde o corpo foi enterrado é um dos mais visitados no cemitério no Dia de Finados, mas Wagner acha pouco provável que o pai seja um milagroso. "Como eu não sou católico eu não acredito, mas respeito as pessoas que acreditam. Meu pai foi vítima de uma violência e ficou marcado pela própria violência", comentou.
Segundo a assessoria de imprensa da Diocese de Uberlândia, nunca houve um pedido de investigação dos supostos milagres atribuídos a João Relojoeiro. O bispo Dom Paulo Francisco Machado explicou que o processo para a santificação de uma pessoa é demorado e precisa ser comprovado. "Esse processo é longo e acontece após cinco anos de morte da pessoa, se for de interesse do Vaticano em investigar. Então eles enviam uma equipe para estudar e avaliar o caso, para ver se realmente foi milagre", explicou.
Ainda de acordo com o bispo diocesano, ser santo ou não, geralmente, é algo atribuído pelas próprias pessoas. "Naquela época quem declarava se uma pessoa era santa ou não era a própria população. O imperador Carlos Magno, por exemplo, foi dado como santo na área em que reinou em virtude de uma grande devoção naquela região. A questão do milagre é discutível, mas primeiramente a ciência é que vai dizer se realmente é um fato extraordinário e incomum. Mas é claro que quem faz o milagre é só Deus e não a pessoa", disse.
João Luiz Fagundes, conhecido como João Relojoeiro, foi preso injustamente no dia 4 de setembro de 1959, acusado de roubar uma joalheria na Avenida Afonso Pena, no Centro da cidade. Na época ele foi agredido, torturado e acabou morrendo em decorrência de um erro policial.
Todos os detalhes do crime e da tortura sofrida por João Relojoeiro estão descritos em centenas de páginas do inquérito arquivado no Centro de Documentação e Pesquisa em História, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). No processo, João foi inocentado e os motivos do suposto roubo também foram esclarecidos.
"Meu pai tinha 29 anos, recém-casado com minha mãe. Uma família tradicional de Uberlândia. Tinha uma joalheria e estavam passando por dificuldade financeira, quando deram um golpe em uma seguradora. Um homem chamado Manoel Rosa disse que o culpado poderia ser meu pai, ele entrou na história de graça", contou o mecânico Wagner Fagundes, filho de João.
Wagner disse que não tem raiva de quem cometeu o crime. "Não tenho raiva, não tenho ódio, não tenho nada. Até porque acho que o ódio diminui as pessoas", garantiu.
O crime chocou a população de Uberlândia e João Relojoeiro virou santo no imaginário de alguns moradores. O túmulo onde o corpo foi enterrado é um dos mais visitados no cemitério no Dia de Finados, mas Wagner acha pouco provável que o pai seja um milagroso. "Como eu não sou católico eu não acredito, mas respeito as pessoas que acreditam. Meu pai foi vítima de uma violência e ficou marcado pela própria violência", comentou.
Segundo a assessoria de imprensa da Diocese de Uberlândia, nunca houve um pedido de investigação dos supostos milagres atribuídos a João Relojoeiro. O bispo Dom Paulo Francisco Machado explicou que o processo para a santificação de uma pessoa é demorado e precisa ser comprovado. "Esse processo é longo e acontece após cinco anos de morte da pessoa, se for de interesse do Vaticano em investigar. Então eles enviam uma equipe para estudar e avaliar o caso, para ver se realmente foi milagre", explicou.
Ainda de acordo com o bispo diocesano, ser santo ou não, geralmente, é algo atribuído pelas próprias pessoas. "Naquela época quem declarava se uma pessoa era santa ou não era a própria população. O imperador Carlos Magno, por exemplo, foi dado como santo na área em que reinou em virtude de uma grande devoção naquela região. A questão do milagre é discutível, mas primeiramente a ciência é que vai dizer se realmente é um fato extraordinário e incomum. Mas é claro que quem faz o milagre é só Deus e não a pessoa", disse.
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