Delator da Odebrecht revela como ocorreu acordo com Ciro Nogueira
Além de presidente do Partido Progressista (PP), Ciro é amigo pessoal de Cláudio Melo Filho, fato que teria contribuído para a conexão do parlamentar com a Odebrecht.
O ex-diretor da construtora Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o BJ, relatou durante sua delação como ocorreu o acordo e os pagamentos ao senador Ciro Nogueira. No depoimento, o delator fala explicitamente que os repasses foram feitos “de forma ilícita para campanha do candidato”.
Além de presidente do Partido Progressista (PP), Ciro é amigo pessoal de Cláudio Melo Filho, fato que teria contribuído para a conexão do parlamentar com a Odebrecht.
“Ele era o presidente do PP, um partido importante no cenário político nacional, principalmente naquele momento [2014], era um dos partidos que apoiava a coligação que reconduzia a presidenta Dilma Rousseff, era um jovem e o Cláudio tinha uma relação muito próxima com ele, pessoal. O Cláudio me demonstrou que era importante fazer essa doação para que a relação com ele fluísse, crescesse de forma exponencial”, relatou.
Com o acordo, foram realizados dois pagamentos no ano de 2014, que somaram R$ 1,3 milhão, um de R$ 500 mil, outro de R$ 800 mil. “Os pagamentos foram realizados através do nosso sistema de operações estruturadas, com caixa 2, de forma ilícita para campanha do candidato”, relatou Benedicto, afirmando que os pagamentos foram feitos no dia 11 de setembro de 2014.
Os documentos apresentados demonstram os dois planejamentos sequencias de pagamento para o deputado Ciro Nogueira, sob codinome de Cerrado, em setembro de 2014. O valor provavelmente foi separado em duas quantias, por terem fontes distintas ou porque foram entregues em locais diferentes, de acordo com BJ.
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