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Caso Janaína Bezerra: Família e estudantes da UFPI clamam por justiça

A vigília se iniciou às 16h desta segunda-feira (30) com a presença de familiares da vítima, representantes da OAB-PI e estudantes da UFPI.

  • Viagora/Letícia Dutra Ato em homenagem a Janaína Bezerra. 1 / 7 Ato em homenagem a Janaína Bezerra.
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Estudantes de diversos cursos e docentes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) se reuniram em um grande ato que pede justiça e relembra a memória de Janaína da Silva Bezerra, de 21 anos. A jovem foi brutalmente assassinada após calourada dentro da instituição no último sábado (28). A vigília se iniciou às 16h desta segunda-feira (30) e familiares da vítima, bem como representantes da Ordem dos Advogados do Brasil -Secção Piauí (OAB-PI) também se fizeram presentes no ato realizado em frente a reitoria do campus de Teresina.

Assislene Carvalho, estudante do curso de jornalismo e membro do Centro Acadêmico do curso, relatou ao Viagora que os estudantes clamam por justiça e melhorias na segurança da UFPI, que tem sido negligenciada.

“A importância desse ato é justamente mais uma vez implorar agora depois de um ato como este, né? Uma injustiça como essa, um crime cometido contra uma de nós, implorar mais uma vez pela segurança da UFPI que já vem sendo negligenciada há muito tempo, não é de agora e que a gente já vem sinalizando, principalmente para reitoria sobre esse problema que ele é invisibilizado muitas vezes. Um sentimento de perda muito grande para todos nós”, destaca. 

Reunidos em frente a reitoria da instituição, estudantes confeccionaram cartazes que exibiam desde frases em prol de justiça até poemas autorais de Janaína Bezerra. Flores também foram entregues aos participantes do ato e velas foram acesas.

Bastante abalada a mãe da vítima, Maria do Socorro Nunes, que também estava no ato, falou sobre o amor pela filha que tinha o sonho de ajudar a família a melhorar de vida apostando nos estudos. 

Lamentando a perda da jovem, Maria do Socorro afirma que constantemente chora ao relembrar que sua filha não está mais viva, ceifada de forma tão violenta.

“Tiraram a vida da minha filha, muita dor. Ela lutava para ter uma vida melhor. E esse homem tirou a vida dela, destruíram os sonhos da minha filha. Eu só peço uma coisa: justiça! Ela foi um pedaço de mim que não volta nunca mais e nunca mais eu vou ver minha filha. Toda hora eu choro, toda hora eu lembro da minha filha, porque fizeram isso com minha filha? Uma menina sonhadora, dedicada, maravilhosa, ela era muito importante para mim. Tinha deixado minha filha viva! Nós lutamos por ela e ela estava lutando por nós. Eu sou a mãe da Janaína e quero justiça”, desabafa.

O sentimento de revolta e injustiça foi recorrente nos discursos de alunos e professores. Em repúdio e o combate ao feminicídio, que atinge em sua maioria mulheres negras, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a vice-presidente da OAB-PI, Daniela Freitas, esteve no ato e afirmou que o órgão está prestando apoio à família de Janaína.

"Independente do meu cargo como vice-presidente da OAB Piauí eu estou habilitada como advogada da família no inquérito que investiga esta ação. Então nós estamos acompanhando o caso, eu sou criminalista há mais de dezesseis anos e estou junto com todo o meu escritório à disposição da família e à disposição de vocês para tirarem qualquer dúvida em relação às investigações que estão sendo feitas e as providências que serão adotadas. Enquanto professora eu sei da importância dos eventos organizados pelo DCE, pelos movimentos estudantis, os eventos tem que continuar, os alunos têm direito a esse lazer, esse momento de descontração, esse momento da calourada, mas que seja feito com segurança. E a segurança não pode ser proporcionada pelos estudantes, tem que ser proporcionados pelo local onde o evento está sendo realizado. De modo que a gente pretende acompanhar o desenvolvimento da investigação para que todas as pessoas se sintam seguras em estar aqui. As Janaínas negras, as Janaínas trans, a Janaínas PCDs, todas as mulheres que se sintam confortáveis de estar no evento em que ela quiser”, finaliza.

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