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Sílvio Mendes escreve carta de despedida para Firmino Filho

O ex-prefeito da cidade de Teresina, divulgou uma carta de despedida na manhã desta segunda-feira (12)

Na manhã desta segunda-feira (12), o ex-prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (Progressistas), divulgou uma carta de despedida para Firmino Filho, também ex-gestor da capital piauiense, que morreu na última terça-feira (06), após cair do 14º andar do edifício Manhattan, na zona Leste.

Na carta, Sílvio diz que o sono é pouco e que os pesadelos acontecem quando está acordado, além de se questionar os motivos que o levaram a partir tão cedo e sem despedidas.

  • Foto: Divulgação/FacebookSílvio Mendes e ex-prefeito Firmino Filho.Sílvio Mendes e Firmino Filho.

“O sono é menor e os pesadelos chegam quando acordado. A sua decisão de partir sem despedida da família, de Teresina e seu povo, dos seus amigos e seguidores, que o tinham como um líder que não fugia dos debates e embates, bem fundamentados nas suas crenças, causou profunda tristeza e ficaram muitas perguntas sem respostas. Por que, Firmino? Por que, meu Deus?”, escreveu.

O ex-prefeito destacou a racionalidade de Firmino Filho e seu trabalho na gestão pública e afirmou que o companheiro teria novas missões.

“Você sempre foi racional e cartesiano. Tinha formação, experiência. Dedicou metade da sua vida à gestão pública realizadora e Teresina lhe confiou para cuidar dela por quatro mandatos, privilégio que ninguém recebeu de um povo reconhecido, que lhe daria novas missões para continuar a ter esperanças no futuro”, lamentou.

No fim da carta, Sílvio relata que no dia seguinte da morte do ex-prefeito, recebeu uma visita de um pássaro em sua janela e se questiona se foi a despedida de Firmino.

“Bem cedo do dia seguinte à sua partida, um passarinho veio cantar na minha janela. Foi sua visita de despedida?”, questionou e por fim lamentou a perda.

Confira a carta na íntegra:

Teresina, 12 de abril de 2021

Caríssimo Firmino,

O sono é menor e os pesadelos chegam quando acordado.

A sua decisão de partir sem despedida da família, de Teresina e seu povo, dos seus amigos e seguidores, que o tinham como um líder que não fugia dos debates e embates, bem fundamentados nas suas crenças, causou profunda tristeza e ficaram muitas perguntas sem respostas. Por que, Firmino? Por que, meu Deus?

Você sempre foi racional e cartesiano. Tinha formação, experiência. Dedicou metade da sua vida à gestão pública realizadora e Teresina lhe confiou para cuidar dela por quatro mandatos, privilégio que ninguém recebeu de um povo reconhecido, que lhe daria novas missões para continuar a ter esperanças no futuro.

Nos acostumamos a ter em você um líder e guerreiro. Você usava essas palavras, “guerreiras e guerreiros”, incentivando a equipe e seguidores das suas crenças. Até aprendeu a ganhar e a perder eleições. Nunca desanimou, sempre seguindo em frente!

Na sua timidez e virtude de mais ouvir do que falar, tivemos oportunidades de partilhar nossas aflições e até choramos juntos. Não por fraquezas, mas por sentimentos e valores comuns. Que tormentos o venceram? Você falava do futuro e, de repente, partiu! Até a pescaria combinada, não aconteceu. Os nossos desencontros foram escritos na areia e o vento levou.

Bem cedo do dia seguinte à sua partida, um passarinho veio cantar na minha janela. Foi sua visita de despedida?

O lamento na nossa casa é da perda de um irmão.

Até mais tarde. Na Hora do Angelus estaremos em orações, na esperança e pedindo pela sua paz de espírito.

Com admiração e saudade,

Sílvio Mendes e família.

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