"Ele deixou nua a saúde", diz Robert Rios sobre Firmino Filho
O ex-deputado, também falou que apesar da crise provocada pelo coronavírus, não existe a possibilidade de adiamento das eleições municipais deste ano.
Nessa terça-feira, 24 de março, o ex-deputado estadual Robert Rios assinou a filiação ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), sigla pela qual deverá concorrer ao cargo de vice-prefeito de Teresina, em chapa encabeçada pelo emedebista Dr. Pessoa.
Em entrevista ao Viagora, Robert afirmou que o processo de filiação ocorreu totalmente online, respeitando as recomendações dos órgãos sanitários para evitar a proliferação do novo coronavírus.
- Foto: Kelvyn Coutinho/ViagoraRobert Rios
“Aconteceu na terça e foi totalmente online. Estamos vivendo essa crise de saúde e o isolamento social é necessário a todos. Não somente aos idosos e às crianças, mas a todos. Vejamos, a pessoa pode não ser idosa, mas se ela for para a rua e pegar o vírus, ela leva para dentro de casa, onde tem idosos e crianças, que são mais vulneráveis. Se tem uma maneira de vencer isso é o isolamento social, não tem outra maneira”, comentou.
Questionado sobre a proposta apresentada por alguns parlamentares no Congresso Nacional para adiar as eleições municipais de 2020, o ex-deputado afirmou que o momento agora não é de tratar sobre política, mas que ele não acredita que essa proposta se concretize.
“Eu acho que essa questão morreu. Seria antipatriótico discutir eleição agora. A eleições ocorrem só em outubro, não tem que se fazer campanha agora. O problema aqui no Brasil é que tem políticos até mais oportunistas do que os vírus. Se comparar essa crise do vírus do Brasil com os EUA, lá a crise é muito mais grave, tem quatro vezes mais infectados do que aqui e já ocorreram muito mais mortes. E não se vê ninguém de lá falando em adiar eleição. Se um senador de lá falar em adiar eleição e prorrogação de mandato, eu duvido que ele se mantenha em pé. O que se tem que esquecer é o fundo partidário, e não a eleição. O dinheiro do fundo tem que servir para adquirir equipamentos médicos, isso sim”, declarou.
Robert citou como principal agravante para a crise do novo coronavírus a precariedade do sistema de saúde pública do país, especialmente no Piauí e em Teresina, onde, segundo ele, os governantes não se preocuparam em preparar as unidades de saúde.
“O nosso sistema de saúde é muito precário. Em tempos normais, aqui em Teresina, pessoas já morrem por falta de UTI. Imagine em uma crise dessas, onde vai haver uma demanda enorme por UTI. Precisamos de um esforço de guerra. Fazer pela saúde pública do Piauí e do Brasil o que não foi feito durantes todos esses anos”, afirmou.
O ex-deputado ainda criticou um vídeo divulgado pelo prefeito Firmino Filho (PSDB) em suas redes sociais, onde o tucano faz um pronunciamento sobre as medidas de prevenção à Covid-19 tomadas em Teresina.
“Aquele vídeo do Firmino, eu fiquei com vergonha. Ele copiar o vídeo, até a maneira de sentar, a maneira de dobrar a camisa, a maneira de usar as mãos, as bandeirinhas do lado, o álcool gel do lado. Que coisa ridícula. Aí quando vai para a campanha dele, ele gasta R$ 38 milhões com publicidade para copiar um vídeo daquele”, disse.
Para Robert, com a crise, o prefeito teria deixado os problemas da saúde na capital “às claras”. “Ele deixou nua a saúde. Pela primeira vez, o Piauí olhou a saúde pública de Teresina e não se confia nas condições que nós temos. Quando se falava nas filas de atendimento nos postos de saúde, ninguém dava tanta importância. Hoje se dá. Nós temos aqui menos de 10 casos [de Covid-19] e zero mortes. Temos menos de duas pessoas entubadas em hospital, mas e se precisasse de ventilação em massa? Se precisar de UTI em massa? Nós estamos perdidos.”
“Se observar bem, esse vírus é uma doença que vem das classes ricas para as pobres. Nós importamos esse vírus do exterior, quem trouxe foram as pessoas que fazem turismo, e só faz viagem ao exterior quem tem dinheiro. É muito fácil a pessoa rica ficar isolada, dentro do seu apartamento, jogando video-game e assistindo Netflix. Mas e quando o vírus chegar nas favelas, nas vilas, nos morros? Onde é um vão bem pequeno para comportar 10 pessoas? Aí é que está o problema. Vamos precisar de uma saúde pública de massa”, finalizou.
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