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FMS alerta para o risco de sequelas devido à infecção da Covid-19

Intitulada de síndrome pós-covid, as sequelas podem se apresentar de forma diferentes em cada paciente.

Doenças novas sempre se mostram um mistério para médicos e cientistas, e no caso da Covid-19 não foi diferente. O tempo necessário para a recuperação e que sequelas podem surgir ainda são objeto de estudo, já que cada paciente reage de forma diversa ao vírus.

A Fundação Municipal de Saúde de Teresina (FMS) faz um alerta sobre a síndrome pós-covid, nome dado as possíveis consequências a curto, médio e longo prazos e que podem se manifestar de formas diferentes em cada indivíduo, trazendo limitações para o dia-a-dia.

“Um dos mais presentes seria o esgotamento físico, que chamamos de astenia, associado a outros sintomas como dores musculares e uma tosse prolongada”, é o que explica Carlo Gilvan Nunes, infectologista do Centro de Operações em Emergências (COE).

O pulmão costuma ser o principal alvo do novo coronavírus e a inflamação pode demorar mais para melhorar, podendo levar semanas após a cura da doença, fato que compromete a saúde do órgão.

  • Foto: DivulgaçãoPaciente no Hospital de CampanhaPaciente no Hospital de Campanha

“Muitos pacientes têm mostrado que a funcionalidade pulmonar passou a ser modificada após o evento inicial da Covid, e alguns relatos de casos mostram até mesmo fibrose pulmonar, que seriam cicatrizes que podem se tornar irreversíveis”, conta o infectologista.

Outra possível sequela da Covid-19 é o prejuízo da musculatura do coração, podendo levar a um quadro de insuficiência cardíaca, o paciente pode, inclusive, desenvolver alterações emocionais. “Isso porque o estado ansioso está muito presente, trazido pela preocupação com o futuro que ainda é incerto em relação às consequências da Covid”, alerta.

A existência de comorbidades respiratórias prévias podem agravar o quadro. “Este é um fator que não apenas é impactante para uma piora clínica como também para a persistência de sequelas respiratórias”, comenta o fisioterapeuta Saulo Carvalho, que atua no Hospital de Campanha Padre Pedro Balzi. “A Covid-19 é uma doença que diminui o volume do pulmão e dificulta sua expansão. A fibrose causada pela doença dificulta o intercâmbio entre o ar e o sangue, essencial para que ocorram trocas gasosas. Então por isso muitas vezes esses pacientes vão precisar de oxigênio por muito tempo, e posteriormente vão precisar de terapias de expansão pulmonar, para melhorar essa troca e a capacidade respiratória”, explica ele.

A servidora pública Lídia Dias teve Covid-19 e relata que, mesmo após três meses de alta da sua internação, ainda sente sintomas como falta de ar. "Os médicos que me acompanham explicaram que a infecção pelo coronavírus acabou, mas a inflamação no pulmão ainda não, e que vai demorar ainda alguns meses para me recuperar totalmente". Ela conta que faz uso de medicação e também acompanhamento médico com um pneumologista.

Diversas abordagens estão sendo estudadas para esses pacientes, que requerem um tratamento multidisciplinar devido à heterogeneidade em suas manifestações clínicas. “São pacientes que inspiram cuidados e que precisam fazer acompanhamento periódico com especialistas”, diz o médico. “As técnicas são prescritas de acordo com a especificidade de cada paciente. Do ponto de vista respiratório por exemplo, alguns vão ter força muscular para fazer padrões que dependem menos do uso de equipamentos, outros não. Por isso, é importante que sejam feitas avaliações individuais para o acompanhamento após a doença”, pontua Saulo Carvalho.

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