“É uma boa conduta”, diz CRM-PI sobre liberação da cloroquina
De acordo com o conselheiro do CRM-PI, o novo protocolo do Ministério da Saúde “é uma boa conduta”, já que esses medicamentos são as únicas opções que os médicos possuem.
O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) se posicionou após decisão do Ministério da Saúde em liberar o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19, e segundo o CRM, o novo protocolo “é uma boa conduta”.
Com a nova medida aprovada pelo Ministério da Saúde nessa quarta-feira (20), os medicamentos como a cloroquina e da hidroxicloroquina foram liberados para o uso ainda no estágio inicial da doença, quando são apresentados os primeiros sintomas. A princípio, eram usados somente em pacientes em estado grave.
De acordo com o conselheiro do CRM-PI, doutor João Araújo, não há nenhum estudo que comprove a eficácia ou segurança dos medicamentos, já que se tratar de uma doença nova.
“Não há especificamente um tratamento para a doença Covid-19, acontece que nós estamos em uma situação de pandemia, em uma situação de guerra biológica, de guerra de desinformação. Nós sabemos que os pacientes graves eles vão chegar a UTI e a internação nos hospitais. O sistema de Saúde do país está colapsado há mais de 40 anos [...] O tratamento de uma doença nova é desconhecido, nós não sabemos nada dessa doença. Então, não existe trabalho científico comprovando a eficácia, a segurança do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento do coronavírus. O que existe são serviços e usos dos medicamentos de maneira empírica”, disse o médico em entrevista à TV Cidade Verde.
O conselheiro do CRM explica ainda como não há nada que comprove a segurança dos medicamentos, é necessário que o paciente assine um termo em que autoriza o uso dos medicamentos, estando ciente dos possíveis efeitos colaterais.
O doutor João Araújo relata ainda que o novo protocolo do Ministério da Saúde “é uma boa conduta”, já que segundo ele esses medicamentos são as únicas opções que os médicos possuem.
“O que acontece é que como não existe eficácia nem segurança para o uso do medicamento, não existe trabalho científico comprovando, o paciente precisa assinar para usar o medicamento. Os efeitos são conhecidos, são pequenos e são diversos que podem ser resolvidos. O benefício é maior do que o maleficio, principalmente nas fases leves e moderados, quando nesse momento, se o médico não agir o paciente vai evoluir com a forma mais grave [...] O protocolo do Ministério da Saúde disponibilizando esse medicamento para o setor público é uma boa conduta, e que os médicos nesse momento é a única solução que eles têm”, explica o conselheiro do CRM-PI.
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