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Covidão: FMS de Teresina abre sindicância para apurar desvio de verba

A ação investiga alterações na especificação dos produtos e na margem de lucros das empresas envolvidas.

Após a Operação Caligo,  deflagrada pela Polícia Federal,  a Fundação Municipal da Saúde informou que abriu uma sindicância para apurar denúncias de superfaturamento na compra de insumos para combate à pandemia da Covid-19.

“Nós repassamos à polícia tudo o que eles nos requisitaram. Teve até um momento que o delegado estava aqui na minha mesa e eu perguntei se ele não queria o meu celular, aproveita logo o celular e investiga o conteúdo dele também. Mas a investigação não é contra a administração, é contra algumas empresas, que segundo eles, burlaram algumas regras de licitação”, declarou o presidente da FMS, Manoel Moura

A ação foi uma parceria entre a PF e a Controladoria Geral da União (CGU) que investiga alterações na especificação dos produtos e na margem de lucros das empresas envolvidas, uma vez que, segundo as investigações, entre março e julho deste ano foram empenhados cerca de R$17.427 milhões e o percentual de lucro chegou até a 419%.

Segundo o diretor financeiro, Franzé Chaves, para analisar a questão do superfaturamento, é necessário levar em conta o aumento no preço dos itens durante a pandemia do novo coronavírus, assim como as alterações do dólar.

“Essa variação de preços ocorreu durante todo o período da pandemia, que veio se normalizar agora, de julho para cá houve uma normalização de preços. Consequentemente com a escassez dos produtos no mercado, muitas empresas que tinham capital para comprar à vista, evidentemente eles ofertaram seu preço”, declarou Franzé.

As investigações apontam também que uma servidora da FMS é sócia de uma das empresas envolvidas. “Além da empresa pertencer à uma sócia que tem vínculo empregatício com a Fundação, houve superfaturamento nessa compra de 190 mil reais”, informou o Superintendente da CGU, Glauco Soares.

A Fundação Municipal de Saúde de Teresina, decidiu abrir uma sindicância administrativa para apurar a conduta da servidora, que faz parte do quadro de funcionários da FMS desde 2014 e é sócia de uma das empresas investigadas pela operação.

“A servidora faz parte de uma equipe totalmente fora da área de administração financeira da fundação, ela trabalha na função de dentista e não tem nenhuma gerência na área de finanças e administrativa da fundação”, informou Manoel Moura.

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