Galeria a céu aberto prejudica moradores há 17 anos na zona Sul

O  Viagora  esteve no Parque Afonso Gil, na zona Sul de Teresina, para apurar a denúncia de uma galeria a céu aberto em uma das ruas oferecendo riscos à saúde da população há 17 anos.

A equipe de reportagem foi até a Rua Cosme e Damião e constatou que o córrego passa por debaixo de uma estrutura de madeira improvisada por moradores para ter acesso às residências. Em alguns pontos, é possível ver destroços de uma das casas que desabou por conta dos deslizamentos causados pela galeria, como relembra a moradora Fabiana Conrado que reside no local há 15 anos.

“Antes a galeria era rasa, com o passar dos anos foi se formando essa cratera. Nos últimos três anos duas casas que ficavam ao lado da minha caíram na época das chuvas, a galeria colaborou com isso também. Essa ponte foi feita por uma moradora com próprios recursos dela, porque se ela não fizesse não teria como ter acesso à casa dela”, conta.

A moradora explica que o local já recebeu diversas visitas da Superintendência de Desenvolvimento Urbano Sul e de demais comissões da prefeitura, eles reclamam também do abandono em relação à limpeza visto que o matagal já está da altura da ponte improvisada virando ponto de usuários de drogas. Segundo ela, a proposta era de que os moradores fossem realocados para um novo endereço, já que atualmente as casas estão em área de risco, mas que nunca foram contemplados com a nova residência.

“Nós já participamos de várias reportagens, recebemos visitas do prefeito com a comissão dele depois que fizeram um calçamento até aqui próximo. Só que ele nos disse que fizeram o cálculo e o valor não valia a pena porque aqui tem poucos moradores e que seria muito mais em conta nos dar uma casa do que investir aqui, mas já lutamos anos por essa casa e até agora nada”, disse.

A reportagem também teve acesso à um orçamento feito pela Prefeitura de Teresina onde mostra que o valor total a ser investido nas obras de reestruturação da galeria é de R$ 15.563,05. No esquema feito também consta que é necessário demolir três casas para que as obras possam ser executadas.

“Eles disseram que precisavam derrubar as casas, inclusive a minha, tanto por conta do risco que estamos correndo como para fazer a obra. Isso foi dito há anos atrás quando mandaram a gente ir atrás da casa, fomos lá na SDU e nada, as únicas pessoas que conseguiram ser contempladas foram as que perderam a casa no deslizamento. Acho que eles estão esperando a minha casa cair por cima de mim e dos meus filhos”, finalizou a moradora Fabiana Conrado.

Outro lado

Procurada pelo Viagora, a Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) Sul informou que, recentemente foi feita uma reunião para traçar estratégias de captação do recurso a ser usado na construção da galeria no Parque Afonso Gil

“Nós estivemos em reunião na semana passada justamente para captação de recurso para resolver esses pontos mais críticos da Zona Sul. Então foram colocadas cinco propostas para a gente fazer essa drenagem, que é o empréstimo que a Semplan está fazendo no banco internacional e colocamos dentro desse planejamento a galeria da Vila Afonso Gil e mais outras quatro da zona Sul. A expectativa é a captação desse recurso deve ocorrer ainda no primeiro semestre desse ano”, disse o superintendente executivo da SDU SUL, Paulo Roberto.