Eleição na Sicília e ameaça de Berlusconi agitam Itália
A eleição do governo regional na Sicília é um importante teste para o pleito nacional de abril.
O dividido partido do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi sofreu nesta segunda-feira um novo revés quando os eleitores deram as costas à centro-direita em seu ex-reduto siciliano, enquanto o independente Movimento 5 Estrelas ganhava terreno a meses da eleição nacional.
A eleição do governo regional na Sicília é um importante teste para o pleito nacional de abril, mas o panorama está confuso após uma forte crítica de Berlusconi no fim de semana contra a gestão do primeiro-ministro, Mario Monti.
Os votos ainda eram contabilizados após a eleição de domingo. O candidato de centro-esquerda Renato Crocetta se firmou para tornar-se o próximo governador, enquanto houve um forte avanço do novo Movimento 5 Estrelas (M5E), do comediante Beppe Grillo.
O comparecimento às urnas foi baixo, de cerca de 47 por cento, o que destacou a profunda desilução entre os eleitores pelas opções oferecidas pela região insular, que tem sido sinônimo de desperdício e administração corrupta, além de ter estado à beira da falência no início deste ano.
O M5E, fundado há quatro anos, conquistou espaço após seu sucesso nas eleições locais de maio e reforçou sua posição como principal instrumento para canalizar a ira dos cidadãos diante de uma dolorosa recessão.
Crocetta tinha 30 por cento dos votos para governador regional, à frente do candidato de centro-direita Nello Musumeci, com 25 por cento. Giancarlo Cancelleri, do M5E, tinha 19 por cento, enquanto Gianfranco Micciche, um conservador que se separou do partido de Berlusconi, recebeu 15 por cento dos votos.
Uma profunda recessão, reiteradas elevações de impostos, cortes fiscais e uma onda de escândalos políticos criaram um profundo descontentamento entre os eleitores, que se distanciaram dos partidos tradicionais e contribuíram à espetacular ascensão de Grillo.
CONFUSÃO AUMENTA
A ameaça feita no sábado por Berlusconi de retirar seu apoio a Monti complica ainda mais o cenário político.
O bilionário ex-premiê, condenado na semana passada por fraude tributária, atacou as políticas de austeridade fiscal do governo Monti, anunciando que seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), pode buscar a destituição do gabinete tecnocrata.
A ameaça, dias depois de Berlusconi anunciar que não vai concorrer novamente ao cargo de primeiro-ministro, ilustra a confusão política na Itália. O próprio PDL está enfraquecido e dividido entre uma facção leal a Berlusconi e um grupo que mantém o apoio a Monti.
Berlusconi foi forçado a renunciar ao governo há quase um ano, no auge de uma crise financeira que ameaçava empurrar a Itália para uma caótica moratória.
Os mercados estão reagindo com nervosismo à incerteza política na Itália, terceira maior economia da zona do euro. Os juros pagos nos títulos públicos do tipo BTP, com vencimento em 10 anos, estão em quase 5 por cento, 354 pontos-base acima dos títulos alemães que balizam o mercado.
Neste mês, graças a uma promessa de intervenção do Banco Central Europeu contra a crise, o "spread" havia caído a 313 pontos-base.
A eleição do governo regional na Sicília é um importante teste para o pleito nacional de abril, mas o panorama está confuso após uma forte crítica de Berlusconi no fim de semana contra a gestão do primeiro-ministro, Mario Monti.
Os votos ainda eram contabilizados após a eleição de domingo. O candidato de centro-esquerda Renato Crocetta se firmou para tornar-se o próximo governador, enquanto houve um forte avanço do novo Movimento 5 Estrelas (M5E), do comediante Beppe Grillo.
O comparecimento às urnas foi baixo, de cerca de 47 por cento, o que destacou a profunda desilução entre os eleitores pelas opções oferecidas pela região insular, que tem sido sinônimo de desperdício e administração corrupta, além de ter estado à beira da falência no início deste ano.
O M5E, fundado há quatro anos, conquistou espaço após seu sucesso nas eleições locais de maio e reforçou sua posição como principal instrumento para canalizar a ira dos cidadãos diante de uma dolorosa recessão.
Crocetta tinha 30 por cento dos votos para governador regional, à frente do candidato de centro-direita Nello Musumeci, com 25 por cento. Giancarlo Cancelleri, do M5E, tinha 19 por cento, enquanto Gianfranco Micciche, um conservador que se separou do partido de Berlusconi, recebeu 15 por cento dos votos.
Uma profunda recessão, reiteradas elevações de impostos, cortes fiscais e uma onda de escândalos políticos criaram um profundo descontentamento entre os eleitores, que se distanciaram dos partidos tradicionais e contribuíram à espetacular ascensão de Grillo.
CONFUSÃO AUMENTA
A ameaça feita no sábado por Berlusconi de retirar seu apoio a Monti complica ainda mais o cenário político.
O bilionário ex-premiê, condenado na semana passada por fraude tributária, atacou as políticas de austeridade fiscal do governo Monti, anunciando que seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), pode buscar a destituição do gabinete tecnocrata.
A ameaça, dias depois de Berlusconi anunciar que não vai concorrer novamente ao cargo de primeiro-ministro, ilustra a confusão política na Itália. O próprio PDL está enfraquecido e dividido entre uma facção leal a Berlusconi e um grupo que mantém o apoio a Monti.
Berlusconi foi forçado a renunciar ao governo há quase um ano, no auge de uma crise financeira que ameaçava empurrar a Itália para uma caótica moratória.
Os mercados estão reagindo com nervosismo à incerteza política na Itália, terceira maior economia da zona do euro. Os juros pagos nos títulos públicos do tipo BTP, com vencimento em 10 anos, estão em quase 5 por cento, 354 pontos-base acima dos títulos alemães que balizam o mercado.
Neste mês, graças a uma promessa de intervenção do Banco Central Europeu contra a crise, o "spread" havia caído a 313 pontos-base.
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