“Tudo é coitadismo. Vamos acabar com isso”, diz Bolsonaro
"Tudo é ‘coitadismo’, coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense", opinou o candidato do PSL.
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) disse que vai acabar com o “coitadismo” no Brasil. Em entrevista à TV Cidade Verde, ele comentou sobre o tratamento dado às minorias sociais, políticas de cotas, dentre outros assuntos.
- Foto: Jair Bolsonaro/FacebookJair Bolsonaro.
“Quando eu era garoto, não tinha essa história de bullying. O gordinho dava pancada em todo mundo, hoje o gordinho chora. Tudo é ‘coitadismo’, coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense, tudo é ‘coitadismo’ no Brasil. Vamos acabar com isso”, afirmou.
Bolsonaro falou sobre a reserva de vagas a determinados estudantes em processos seletivos e disse que “a política de cotas no Brasil está completamente equivocada”.
“70% dos afrodescendentes que entram por meio de cotas estão bem de vida. Você tem que ter uma cota social. Tudo isso é maneira de dividir a sociedade. Não devemos ter classes especiais por questão de cor de pele, por questão de opção sexual, seja lá por região, seja lá o que for. Somos todos iguais perante a lei. E quem se empenhar e se dedicar pelo mérito, logicamente vai ter uma vida mais tranquila de que aquele que resolveu não se dedicar no seu tempo de jovem no Brasil”, opinou.
O candidato do PSL voltou a falar do “kit gay”, que supostamente foi distribuído pelo Ministério da Educação a escolas públicas. Neste mês, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se posicionou sobre o caso e determinou a remoção de vídeos publicados no Facebook e Youtube nos quais Bolsonaro aparece criticando o suposto livro destinado a crianças com imagens de cunho sexual. O ministro Carlos Horbach concluiu que a obra nunca foi distribuída a escolas públicas pelo governo.
“Nós temos que fazer com que o professor tenha como exercer plenamente a sua autoridade em sala de aula. Hoje em dia se preocupa com sexo em sala de aula, ideologia de gênero, sempre muda o nome, né? É aquela história do kit gay lá atrás que realmente o ministro do PT, da Educação, Fernando Haddad, quisera embutir isso na escola. Nós temos vídeo da própria Dilma Rousseff em 2011 dizendo que mandou recolher esse material porque era inadequado”, disse.
“Você pai, você mãe, quer que seu filho aprenda sexo em sala de aula com seis anos de idade? Homo, inclusive, afetivo, ou hétero, não interessa. O pai quer chegar em casa e encontrar o filho brincando de boneca por influência da escola?”, continuou o candidato, questionando.
Jair Bolsonaro comentou também sobre como seria a sua relação com os gestores de oposição, a exemplo de Wellington Dias, reeleito governador do Piauí, o qual é filiado ao Partido dos Trabalhadores.
“Tudo o que nós pudermos mandar de recursos para estados e municípios nós mandaremos. Estados e municípios vão definir quais são suas políticas internas. Nós não podemos prejudicar o povo do Piauí porque tem um governador que não se alinhe ideologicamente conosco. Vamos tratar todos os estados de forma republicana”, assegurou.
Jair Bolsonaro criticou, ainda, a matéria do jornal Folha de São Paulo que relatou uma possível disseminação de notícias falsas contra o seu concorrente, Fernando Haddad, em redes sociais, de forma estruturada. Ele criticou o veículo de comunicação e disse que matéria possibilitou o PT e o PDT entrarem com uma ação no Supremo.
“Não tenho qualquer contato com empresários, nunca pedi pra ninguém. Afinal de contas, nós dominamos as redes sociais desde muito antes de começar as eleições. Eu não tenho sete milhões de seguidores no Facebook de agora. No meu Facebook nunca impulsionamos nada. É um desespero por parte deles”, opinou o candidato.
Sobre uma possível interrupção na concessão do Bolsa Família, Bolsonaro negou as suposições. “É comum em época de campanha o PT pregar junto ao Nordeste e em outros pontos do Brasil, onde tem uma quantidade de pessoas beneficiadas pelo Bolsa Família, que o Bolsonaro vai acabar com ela. Mentira do PT! Digo mais: uma proposta do nosso vice, general Mourão, para que nós concedêssemos 13º para o Bolsa Família sem aumentar despesa. De onde viria esses recursos? Do combate às fraudes, corrupção, ao desvio. Dá pra dar o 13º e faremos isso”, garantiu.
Jair também comentou sobre o episódio que aconteceu em Minas Gerais em setembro deste ano, durante campanha eleitoral, em que foi esfaqueado por um homem. Bolsonaro relata que a sua liberdade foi afetada.
“A minha vida tá muito parecida com a do Sérgio Moro. Eu não tenho liberdade pra ir sozinho numa padaria ou passear com a família no shopping. Eu não posso mais sair de casa sozinho. Mas eu e ele, com certeza, sabíamos dessa dificuldade que teríamos e da liberdade que nós perdemos. Mas é por uma causa justa e grande parte eu tô aqui também graças ao trabalho do Sérgio Moro no combate à corrupção”, ponderou.
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