Polícia detalha investigação que prendeu Marcos Vitor na Argentina
O superintendente da SSP-PI, delegado Matheus Zanatta, informou que a polícia no Piauí, realizava as diligências tanto em campo, quanto em ambiente cibernético.
A prisão do condenado por estupro de vulnerável, Marcos Vitor Aguiar Dantas, foi confirmada nessa quinta-feira (19) pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) e a polícia concedeu detalhes da investigação que capturou o ex-estudante de medicina foragido na Argentina.
Durante entrevista coletiva, o Superintendente de operações integradas da SSP-PI, delegado Matheus Zanatta, o diretor de inteligência da SSP-PI, delegado Anchieta Nery, o delegado-geral da Polícia Civil, Lucy Keiko, e a delegada da Polícia Federal e representante da Polícia Internacional (Interpol) Milena Caland, falaram a respeito do processo de investigação e prisão de Marcos Vitor.
O superintendente da SSP-PI, delegado Matheus Zanatta, informou que a polícia no Piauí, após a expedição da condenação e mandado de prisão, realizava as diligências tanto em campo, quanto em ambiente cibernético. O delegado também fala que a informação que o Marcos Vitor estava na Argentina foi repassada para a polícia no fim de 2022.
“Marcos Vitor estava foragido desde outubro de 2021, quando foi expedido o mandado de prisão, e até então nós não estamos conseguindo cumprir o mandado de prisão dele, no entanto em 2021, já em 2021, nós começamos a fazer várias diligencias para tentar captura-lo, no final do ano passado ainda, tivemos a informação de que ele foi para Argentina, que ele foi de forma ilegal pela fronteira, provavelmente ele passou para o Paraguai e depois para a Argentina”, disse.
Matheus Zanatta, informa também que após a condenação e grande circulação na imprensa do caso, tanto em âmbito local quanto nacional, o ex-estudante saiu de Buenos Aires para a cidade de Mar del Plata.
“Começamos a fazer a diligencias em campo, fazer as diligencias em ambiente cibernético, junto com a cooperação operacional da Interpol, tanto da Argentina quanto do Brasil, depois que foi expedido a sentença do Marcos Vitor, que foi ele começou a se movimentar, poque houve muita publicidade sobre essa sentença, principalmente no Piauí e também em âmbito nacional, ele começou a se movimentar e foi para Mar del Plata”, informou.
Inquérito Policial
O delegado-geral da Polícia Civil, Luccy Keiko, explicou que os trabalhos de investigação iniciaram após denúncia realizada na contra Marcos Vitor, que resultou em inquérito. O delegado informa também que o condenado não colaborou durante o processo.
“Acusado de estupro de vulnerável, contra uma irmã e uma prima, isso resultou em inquéritos policiais na Delegacia de Proteção a Criança e do Adolescente (DPCA), na época foi acompanhando pelo delegado Zanatta que geria a gerência da polícia especializada, também pela inteligência da Polícia Civil, e desde o início se esquivava, fugia a aplicação da lei penal, nunca comparecia a delegacia, sempre se mostrava resistente a prestar declarações, tanto é que ele nunca foi ouvido, porque se recusava a fazer. Trancou o curso de medicina, e empreendeu fuga para o exterior”, disse.
O delegado-geral Luccy Keiko, comenta que foi realizado todo o processo necessário para que o caso fosse resolvido. “Feita todo o inquérito, com a antecipação de provas, as oitivas com as crianças em sede do poder judiciário, houve a instrução processual penal que resultou na condenação, que demostra como a investigação foi feita com provas robustas, então passamos para a fase de tentar cumprir o mandado de prisão, dar efetividade a condenação”, comentou.
O delegado-geral da Polícia Civil, afirmou que durante o período de busca do condenado Marcos Vitor, a equipe envolvida no caso teve apoio da Polícia Federal.
“Toda a inteligência se voltou para captura desse indivíduo, em contato direto com os familiares das vítimas fizemos até um grupo exclusivo no nosso WhatsApp para coletar informações sobre o paradeiro desse indivíduo. E também com a colaboração essencial da Polícia Federal e felizmente conseguimos efetuar essa prisão veio agora realmente a dar aquela sensação de justiça, que o estado fez o deveria fazer, investigou, teve instrução processual, foi condenado e conseguimos agora efetuar essa prisão”, disse.
Investigação
O delegado Anchieta Nery, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), em coletiva, explicou como foi o processo de investigação do paradeiro do ex-estudante de medicina que estava foragido da justiça do Piauí durante 15 meses.
De acordo com o delegado da DRCI, após meses de procura, próximo ao final de 2022, a Gerência de Polícia Especializada (GPE), recebeu a informação que o condenado por estupro de vulnerável Marcos Vitor, possivelmente estava usando identidade falsa de Pedro Saldanha e levando uma vida normal em Buenos Aires.
“Os policiais passaram 15 meses ininterruptos em diligências, com os olhos voltados para fora, lógico, mas também voltados para dentro do Brasil, ao chegar próximo do final do ano surgiu a informação da possibilidade do Marcos Vitor estar residindo em Buenos Aires levando uma vida comum, com um novo nome, essa informação chegou até o GPE, o delegado Matheus solicitou nosso apoio, a gente iniciou a trabalhar junto para confirmar se aquela pessoa que tinha uma vida comum, uma vida regular, uma vida social ativa em Buenos Aires com o nome de Pedro Saldanha, e realmente Marcos Vitor, estudante de medicina foragido da justiça criminal da comarca de Teresina”, informou.
Conforme o delegado, a Polícia Civil do Piauí obteve êxito em confirmar que Marcos Vitor era realmente estava usando a identidade falsa com nome de Pedro Saldanha. “E mais um trabalho exitoso da Polícia Civil do Piauí, a gente já tinha tido êxito ao formar prova sobre esses crimes, e agora a gente obteve êxito ao formar prova científica da certeza de que Pedro Saldanha era o Marcos Vinicius”, disse.
Anchieta Nery também explicou que após a identificação do ex-estudante de medicina, para que a polícia argentina tivesse acesso ao mandado de prisão foi necessário realizar um pedido para incluir o documento na divisão vermelha da Interpol.
“No decorrer de toda essas diligencias a gente contou o tempo inteiro com o apoio integral da delegada Milena, que é a representante da Interpol superintendência do Piauí junto com o poder judiciário que prontamente decidiu o pedido do delegado Zanatta de incluir esse mandado de prisão na difusão vermelha da Interpol, então observem a série de procedimentos burocráticos que a gente tem que vencer para efetuar essa prisão, porque policiais, juízes da Argentina não tem acesso aos sistemas brasileiros e isso acontece em qualquer lugar do mundo”, explicou.
Busca no interior
A delegada da Polícia Federal (PF) e representante da Interpol Milena Caland, explicou a atuação da PF durante as investigações do caso, e quais ações foram necessárias para inserir o mandado de prisão de Marcos Aguiar Dantas, na Argentina.
De acordo com a delegada, a Polícia Internacional realizou diligencias em três países diferentes em busca do ex-estudante de medicina condenado por estupro de vulnerável.
“Nós fizemos diligências, como havia suspeitas de que ele estava no Paraguai, a busca foi negativa porque ele saiu do país com documentos falsos, e não saiu pela fronteira controlada, depois surgiu indícios de que ele estava na Espanha, fizemos diligencias também, inclusive com o suposto documento que ele usava, mas não havia indício de que ele estava na Espanha, nem em Portugal”, informou.
Ainda de acordo com a delegada, após expedição do mandado de prisão, a interação entre as policias ficou mais incisiva, tornando possível a rápida inserção do mandado no sistema da Interpol. “Quando saiu a sentença, nas nossas tratativas entre policias ficou mais incisiva no sentido de busca-lo fora do país e com base nas informações que a Polícia Civil coletou, nós tivemos fortes indícios que ele estaria na Argentina”, disse.
Polícia Civil do Piauí
The International Criminal Police Organization - (INTERPOL)
Polícia Federal
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