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PF cumpre 11 mandados de prisão na Operação Trapaça hoje (05)

A terceira fase da Operação Carne Fraca investiga fraudes em fiscalizações na BRF.

A Polícia Federal deflagrou, na manhã de hoje (05), a Operação Trapaça, terceira fase da Operação Carne Fraca, cujo objetivo é investigar fraudes praticadas por empresas e laboratórios com a finalidade de burlar o Serviço de Inspeção Federal, prejudicando a fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Conforme o G1, a operação inclui 11 mandados de prisão temporária, 27 mandados de condução coercitiva e 53 mandados de busca e apreensão. Um dos suspeitos autuados, o ex-diretor-presidente global da BRF Brasil Foods Pedro De Andrade Faria, chegou à sede de Polícia Rodoviária Federal em São Paulo, por volta das 8h35.

  • Foto: Divulgação/Agência BrasilPolícia Federal deflagou hoje (05) a Operação Trapaça, terceira fase da Operação Carne Fraca.Polícia Federal deflagou hoje (05) a Operação Trapaça, terceira fase da Operação Carne Fraca.

Os agentes já efetuaram outras duas prisões em São Paulo: o ex-diretor e ex-vice-presidente Hélio Rubens Mendes dos Santos Júnior e o gerente jurídico Luciano Bauer Wienke. Todos os alvos da prisão temporária já trabalham ou atuaram na empresa BRF. Após a sua prisão eles serão encaminhados a Sede da PF.

Os investigados ainda poderão responder pelos crimes de falsidade documental, estelionato qualificado, formação de quadrilha ou bando, e crimes contra a saúde pública, além de outras acusações.

A Operação Trapaça

De acordo com a PF, o nome dado à operação é uma alusão ao sistema de fraudes operadas pela BRF e por laboratórios de análises a ele vinculados. Foram mobilizados cerca de 270 agentes federais e 21 auditores fiscais federais agropecuários, que cumprem as 91 ordens judiciais em 21 municípios nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo. Os mandados foram expedidos pelo Juízo Titular da 1ª Vara Federal de Ponta Grossa (PR).

As investigações apontaram que cinco laboratórios credenciados junto ao Mapa e setores de análises da Análise da BRF, fraudavam resultados de exames em amostras de seu processo industrial.

Os investigadores ainda identificaram que a prática de fraudes contava com o consentimento de executivos do grupo empresarial, assim como do seu corpo técnico e profissionais responsáveis pelo controle de qualidade dos produtos da própria empresa. Também foram constatadas manobras extrajudiciais, operadas pelos executivos do grupo, para acobertar ações criminosas ao longo das investigações.

Reação do Mapa

Em nota divulgada nesta segunda-feira (05), o Ministério da Agricultura anunciou a suspensão do credenciamento dos laboratórios alvo da operação, até que a investigação seja finalizada. O resultado do inquérito pode resultar no cancelamento definitivo do credenciamento.

O órgão ainda determinou a suspensão dos estabelecimentos envolvidos para a exportar a países que exigem requisitos sanitários específicos de controle e tipificação de Salmonella spp.

Foram implementadas medidas complementares de fiscalização, com aumento de frequência de amostragem para as empresas envolvidas, até o final do inquérito e de novos modelos de controle de laboratórios credenciados visando a redução de fraudes pela DAS.

Por fim, o Mapa anunciou também que deve aprimorar as ferramentas de combate a fraudes em alimentos, e a continuidade de ações já desempenhadas pelo Serviço de Inspeção Federal, possibilitando redução de não conformidades a curto e médio prazo.

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