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Sem policiamento permissionários da Rodoviária contratam segurança

O problema na Rodoviária Lucídio Portella era uma das principais reclamações dos permissionários, que decidiram não esperar o poder público.

A falta de policiamento na Rodoviária Lucídio Portella, zona Sul de Teresina, era uma das principais reclamações dos permissionários que trabalham no local. Passageiros e comerciantes temiam a presença constante de usuários de drogas e pedintes, que circulavam pelo terminal diariamente, inclusive cometendo delitos.

Cansados de terem mercadorias roubadas e boxes arrombados, os permissionários se reuniram e decidiram por conta própria pagar seis seguranças particulares. Divididos por turnos, eles fazem a vigilância nos dois andares do terminal, garantindo um pouco mais de tranquilidade para quem viaja ou trabalho no local.

O comerciante Raimundo Fonseca descreveu que a Rodoviária estava “insuportável com tantos ‘noiados (usuários de drogas)’”. Segundo ele, todos os dias os boxes eram arrombados e as mercadorias roubadas por usuários de drogas, além dos passageiros, que constantemente tinham bagagens roubadas.

“A gente chegava para trabalhar e estava tudo arrombado e a gente não podia fazer nada nem denunciar, porque não tem polícia aqui. E a presença desses drogados atrapalhava as vendas e o fluxo na rodoviária, porque as pessoas tenham medo de vir para cá”, disse.

Dois meses após os permissionários contratarem os serviços dos seguranças, a realidade no terminal já mudou consideravelmente. De acordo com Raimundo Fonseca, a melhora foi de 100%. “Todo dia acontecia algo, porque aqui era lotado de ladrão, mas com esses seguranças melhorou muito e a gente nem ouve mais falar que aconteceu alguma coisa”, falou.

Já o representante da Associação dos Permissionários do Terminal Rodoviário, Orisvaldo Silva Lemos, disse que aproximadamente 50 permissionários pagam R$75 mensalmente para custear o pagamento dos seguranças. Ele salientou que eles continuarão com essa atitude até o policiamento na Rodoviária seja regularizado. “Eu não entendo como o governo tem um órgão e não se responsabiliza por ele. A rodoviária estava lotada de ladrões, aí foi o jeito acharmos essa saída, porque éramos roubados toda hora”, frisou.

Orisvaldo Silva contou que os permissionários chegaram a conversar com a direção da Rodoviária, e que o gerente informou que estava tentando uma solução, junto à Secretaria de Transporte, mas que seria algo demorado. “A única solução que encontramos foi nos unirmos para pagarmos esses seguranças, porque a situação estava insuportável. Não podíamos sair um instante que já éramos roubados”, frisou.

A permissionária Sebastiana Moraes afirmou que sente-se mais protegida com a presença dos seguranças particulares e que, mesmo com o gasto extra, este tem sido um valor bem usado, apesar da segurança ser algo de responsabilidade do governo.
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Willame Moraes

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