Polícia diz que matriarca e padrasto premeditaram morte de família envenenada em Parnaíba
A coletiva foi conduzida pelo delegado Abimael Silva, que apresentou as conclusões da investigação e detalhou os avanços do caso.
Na manhã desta segunda-feira (03), a Polícia Civil do Piauí realizou uma coletiva de imprensa sobre o caso de envenenamento coletivo ocorrido em Parnaíba, no litoral do estado.
A coletiva foi conduzida pelo delegado Abimael Silva, que apresentou as conclusões da investigação e detalhou os avanços do caso, destacando a prisão de uma nova suspeita, a Maria dos Aflitos, matriarca da família envolvida.

Conforme o delegado, a Maria dos Aflitos confessou ter misturado pesticida no café da manhã servido à vizinha M.J. da S., que veio a falecer no dia 24 de janeiro. A substância é semelhante ao "chumbinho", a mesma utilizada para envenenar os netos e filhos de Maria dos Aflitos, foi confirmada pelo laudo cadavérico da vítima. A polícia afirmou que o veneno foi responsável pelas mortes de cinco pessoas da mesma família, e também pela de M.J. da S., que inicialmente havia sido atendida após o envenenamento, mas não resistiu.
O caso, que segundo a polícia, é um dos mais complexos e raros de homicídios por envenenamento em série, envolveu três episódios distintos de envenenamento, com o primeiro ocorrido em agosto de 2024. “A investigação revelou que o modus operandi utilizado nos dois primeiros crimes foi idêntico: o uso de veneno, a oportunidade e a justificativa. Apenas no terceiro caso, o crime foi cometido exclusivamente por Maria dos Aflitos”, explicou o delegado. A investigação foi intensiva e contou com mais de 60 depoimentos, dezenas de laudos periciais, além da análise detalhada de objetos e celulares das vítimas.
O delegado Abimael Silva destacou a dificuldade em investigar crimes de envenenamento, uma vez que este tipo de homicídio, diferente de homicídios com armas de fogo, pode ser praticado de forma silenciosa e sem a presença do criminoso no local do crime. Além disso, ele fez comparação com outros casos de homicídios notórios no Brasil. "Esse plano macabro de eliminar toda a família com um intuito egoísta de ficarem sós, assim como ocorreu em crimes de mesma natureza, como o de Suzane von Richthofen e os casos de Isabella Nardoni e Henry Borel", disse o delegado. Ele também ressaltou a importância do sigilo nas investigações para evitar julgamentos precipitados pela sociedade, especialmente após a prisão de Lucélia, que sofreu agressões por parte de populares antes da atuação policial.
Em relação à dinâmica familiar, a polícia informou que Maria dos Aflitos e Francisco de Assis, seu companheiro, mantinham um relacionamento marcado pela cumplicidade, sendo ele descrito como alguém que demonstrava desprezo pelos filhos da companheira. De acordo com a investigação, Francisco manipulava Maria, incentivando-a a se distanciar dos filhos e netos.
A polícia continua as investigações, trabalhando para esclarecer completamente o caso e identificar todos os envolvidos no envenenamento coletivo que abalou a cidade de Parnaíba.
Entenda o caso
O envenenamento coletivo aconteceu no dia 1º de janeiro, quando nove pessoas consumiram um baião-de-dois (prato típico da região feito com arroz e feijão) contaminado. Os exames realizados pela perícia apontaram que as vítimas foram intoxicadas por uma substância semelhante ao “chumbinho”.
No último dia 24 de janeiro, mais uma vítima do envenenamento veio a óbito. Trata-se da vizinha da família, Maria Jocilene da Silva, que também ingeriu o alimento contaminado no início do ano. Ela havia passado mal no dia do incidente, recebeu atendimento médico e logo foi liberada. No último dia 22 de janeiro, ela passou mal novamente e voltou a ser hospitalizada, porém, não resistiu.
Até o momento as vítimas confirmadas são: os irmãos Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, e Francisca Maria da Silva, de 32 anos, além dos filhos de Francisca, Igno Davi Silva, de 1 ano e 8 meses, e Maria Lauane Fontenele, de 3 anos, Maria Gabriela da Silva, de 4 anos e a vizinha da família Maria Jocilene da Silva.
O principal suspeito está preso desde o último dia 08 de janeiro, e o caso segue sob investigação da Polícia Civil.
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