Operação Shamar intensifica ações contra violência doméstica no Piauí
A Polícia Civil utiliza recursos como o aplicativo "Ei Mermã não se Cale" e a lifônica 180 para receber denúncias e implementar ações de proteção.
A operação nacional "Shamar", em comemoração aos 18 anos da Lei Maria da Penha, foi lançada no Piauí com a presença de várias forças de segurança do estado. Este esforço conjunto visa combater a violência doméstica e familiar contra as mulheres através de medidas preventivas e repressivas. Representantes da Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal e Corpo de Bombeiros participaram do evento de lançamento, ocorrido nesta quarta-feira (07), no Quartel do Comando-Geral em Teresina.
A Operação Shamar, iniciada em 1º de agosto, é um esforço nacional que busca apurar denúncias de violência doméstica contra a mulher e implementar as ações necessárias em cada caso. Isso inclui a execução de mandados de prisão pendentes, a conclusão de inquéritos policiais em atraso, e a fiscalização das Medidas Protetivas de Urgência por meio da Patrulha Maria da Penha. Além disso, são realizadas ações educativas, como palestras e distribuição de panfletos, para conscientizar a população.
Conforme a Polícia Militar, o nome da operação, "Shamar", é uma palavra hebraica que significa "cuidar, guardar, proteger, vigiar, zelar". A intensificação das ações no dia 7 de agosto coincide com o aniversário da Lei Maria da Penha, um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil. A lei, sancionada em 2006, é uma das mais completas do mundo em termos de proteção aos direitos das mulheres.
Segundo a major Leoneide Rocha, comandante da Patrulha no Piauí, a patrulha se integra ao esforço através da intensificação da fiscalização das medidas protetivas de urgência e da orientação das mulheres sobre como sair do ciclo de violência. "A Lei Maria da Penha é um marco histórico e de fundamental importância, pois todo o nosso trabalho é baseado nela. A lei nos orienta e nos guia em relação ao que precisa ser desenvolvido", afirma a major.
A operação visa combater todas as formas de violência doméstica e familiar, especialmente o feminicídio, através de ações preventivas e repressivas das forças policiais estaduais e distritais. O objetivo é garantir a efetiva proteção das mulheres, consideradas um grupo vulnerável.
A Polícia Civil tem um papel fundamental no cumprimento de mandados de prisão e na fiscalização das denúncias de violência. A delegada Bruna Fontenele destaca a importância do dia D, simbolicamente escolhido para coincidir com o aniversário da Lei Maria da Penha, como um dia de conscientização social. "Hoje é um dia simbólico para chamar a atenção da sociedade contra a violência contra a mulher. É um momento para discutirmos, dentro das instituições e das nossas famílias, por que ainda temos tanta violência contra a mulher", explica a diretora do Departamento Estadual de Proteção à Mulher.
A Guarda Civil Municipal, representada por Liara Aguiar, também participa da operação através da Guarda Maria da Penha. "A Guarda já desempenha esse papel há mais de 4 anos, no enfrentamento das mulheres em situação de vulnerabilidade. É uma honra estarmos aqui hoje, junto à Polícia Civil e à Polícia Militar, mostrando a importância da união de forças para ajudar as mulheres", enfatiza Liara.
A integração das forças de segurança visa não apenas a repressão dos agressores, mas também a prevenção e o apoio às vítimas, garantindo que as mulheres tenham acesso às redes de proteção disponíveis.
Apoio do Corpo de Bombeiros
O Corpo de Bombeiros do Piauí também participa ativamente da operação, reforçando o apoio às mulheres durante todo o mês de agosto. A tenente-coronel Najra Nunes ressalta a importância de resguardar a vida das mulheres e de acabar com a cultura de violência. "É crucial que as mulheres tenham consciência de toda a rede de apoio disponível para que possam interromper o ciclo da violência e disseminar essa interrupção para as próximas gerações", afirma a tenente-coronel.
A Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, representa um marco na proteção dos direitos das mulheres no Brasil. A legislação foi criada após o caso de Maria da Penha Maia Fernandes, que sofreu anos de violência doméstica e sobreviveu a duas tentativas de assassinato por parte de seu marido. A lei não apenas estabeleceu penas mais rigorosas para os agressores, mas também criou mecanismos para proteger as vítimas e prevenir novos casos de violência.
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