Juiz arquiva inquérito da morte do ex-prefeito Firmino Filho
Com a quebra do sigilo, também foram liberados alguns depoimentos de pessoas que conviveram com Firmino nos últimos dias antes do ocorrido.
Nesta quinta-feira (1º), o juiz da Central de Inquéritos de Teresina, Valdemir Ferreira Santos, determinou que o inquérito que investiga a morte do ex-prefeito Firmino Filho, em abril deste ano, fosse arquivado devido à ausência de tipicidade penal.
O inquérito da morte do ex-prefeito de Teresina estava sendo conduzido pelo delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Divanilson Sena, que seguia sob sigilo.
- Foto: Luís Marcos/ViagoraFirmino Filho
Na tarde do dia 06 de abril, o corpo do ex-prefeito Firmino Filho foi encontrado em frente ao Edifício Manhattan River Center, na zona Leste de Teresina, após cair do 14º andar onde funcionava o Tribunal de Contas da União (TCU).
Com a quebra do sigilo, também foram liberados alguns depoimentos de pessoas que conviveram com Firmino nos últimos dias antes do ocorrido, como a viúva do ex-prefeito, a deputada Lucy Soares, e o copeiro do TCU.
Depoimentos
No depoimento, Lucy relata que desde fevereiro percebeu que Firmino andava triste e muito calado. A deputada diz que chegou a perguntar porque o marido estava assim, e que ele respondia que estava triste, sem explicar o motivo. Para Lucy, a tristeza de Firmino poderia estar relacionada com sua saída da Prefeitura de Teresina.
“A depoente estava em sua residência, quando recebeu uma ligação de uma amiga que foi à sua casa dar a notícia do que havia acontecido com Firmino Filho, momento em que ficaram aguardando mais informações. Nesse momento, a depoente ligou para seu genro BRENO e para seus filhos BARBARA e BRUNO, pedindo que fossem à casa da depoente. No dia 06/04/2021, por volta das 8h10, FIRMINO, após ter dormido sozinho na casa de onde o casal planejava se mudar, apareceu no apartamento para o qual estavam se mudando para tomar café. FIRMINO já chegou ao apartamento arrumado para ir ao trabalho no TCU. Perguntada se havia constatado algo de anormal com FIRMINO, a depoente afirmou que, desde fevereiro deste ano, notou que a vítima estava muito triste, muito calada, olhando perdido para o tempo. Quando perguntava para o ex-prefeito o que ele tinha, ele apenas dizia que estava triste, momento em que a depoente tentava animá-lo. Acerca do motivo da tristeza, FIRMINO não dizia especificamente o motivo, mas a depoente acreditava ser a saída da prefeitura, após muito trabalho durante a pandemia, e a nova rotina de trabalho no TCU, bem como o agravamento da pandemia.
Ainda, a depoente afirmou que não havia qualquer problema no casamento. Por fim, a viúva afirmou que tem certeza que a vítima cometeu suicídio, não havendo necessidade de analisar dados do celular e expor conteúdos de conversas privadas entre ela e seu ex-marido, e que não acredita que alguém tenha induzido, instigado ou auxiliado o prefeito a cometer suicídio”.
Entre os depoimentos também está o relato do copeiro do TCU que disse ter visto Firmino perto da varanda no dia do ocorrido. Segundo o copeiro, ele questionou o que o ex-prefeito estava fazendo na varanda e que Firmino teria dito que estava “só tomando um vento”.
“Por volta das 15h10, o depoente afirmou que foi até a salinha de reunião realizar a limpeza, tendo visto Firmino Filho em pé na varandinha da salinha de reunião. O ex-prefeito estava mexendo no celular, como se estivesse lendo algo. O depoente, ao ver a vítima, perguntou "posso entrar? Vou só limpar aqui, é rapidinho", tendo o ex-prefeito sorrido e dito "pode entrar". O depoente então limpou a mesa da salinha de reunião em pouco tempo, aproximadamente dois minutos. O depoente ainda indagou ao ex-prefeito, "olhando para o tempo?", e FIRMINO respondeu "só tomando um vento". O depoente não notou nada de diferente na vítima, pois não estava chorando, estava normal, sem qualquer alteração de humor. Nesse momento, o copeiro afirmou que não havia mais ninguém na salinha de reunião nem na varanda neste momento, que FIRMINO FILHO estava sozinho, o tempo todo olhando o celular. O funcionário afirmou que não achou estranho a vítima estar ali, pois muitos servidores vão à varanda, tirar fotos, e que jamais imaginou que o ex-prefeito iria se jogar. Até que, por volta das 15h40, estava no banheiro, quando escutou um grito de outra colega, tendo saído e perguntado "o que foi? o que foi"?", e ela havia respondido, desesperada, "o Dr. FIRMINO caiu!".
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