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Ministro do STJ vê 'indícios de participação' de Witzel nas fraudes

De acordo com o STJ, o governador Wilson Witzel teria o apoio da mulher e diz que há ligação entre Helena e as empresas de Mário Peixoto, preso no dia 14 de maio.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e a mulher, Helena Witzel, estão sendo investigados por corrupção em ações de combate à pandemia da Covid-19, e teria realizado contratos de mais de R$ 2 bilhões de empresas e organizações sociais ligadas ao empresário Mário Peixoto, preso na Operação Favorito no dia 14 de maio.  

De acordo com o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Benedito Gonçalves, o Ministério Público Federal (MPF) aponta que há indícios da participação ativa do governador na contratação das empresas.

“Indícios de participação ativa do governador quanto ao conhecimento e ao comando das contratações das empresas [...], mesmo sem ter assinado diretamente os documentos”, diz o ministro na decisão.

  • Foto: Fernando Frazão/Agência BrasilWilson Witzel, governador do Rio de Janeiro.Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel

Ainda segundo o ministro do STJ, o governador Wilson Witzel teria o apoio da mulher e diz que há ligação entre Helena e as empresas de Mário Peixoto, como o contrato de prestação de serviços e honorários advocatícios entre o escritório de Helena e a empresa DPAD Serviços Diagnósticos Ltda, além da transferência de recursos entre as empresas.

Na decisão, os agentes da Polícia Federal apreenderem notebooks, computadores e smartphones de Wilson Witzel e dos demais alvos, além de valores superiores a R$ 10 mil em reais ou moeda estrangeira e obras de arte.

Conforme as investigações, o governo do Rio de Janeiro e o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), contratado por mais de R$ 1 bilhão para montar sete hospitais de campanha, teriam fraudado orçamento para serviço de montagem e desmontagem de tendas, instalação de caixas d’água, geradores de energia e piso para formação de estrutura das unidades.

A fraude teria sido realizada com o conhecimento do então secretário Estadual de Saúde, Edmar Santos, que foi exonerado do cargo. Também é citado no caso o secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, que teria recebido um depósito no valor de R$ 225 mil feito por uma empresa de Mário Peixoto.

A Polícia Federal deflagrou a Operação Placebo, com o objetivo de cumprir 12 mandados de busca e apreensão entre eles, no Palácio Guanabara e no escritório  de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel. Por meio de nota, o governador do Rio nega participação no esquema e em qualquer irregularidade.

Confira a nota do govenador Wilson Witzel

"Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal. Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará.  A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro".

Com informações do R7

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