CNT diz que Petrobras mente nos argumentos da sua política de preços
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) publicou nota nessa quarta-feira (23).
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) publicou nota nessa quarta-feira (23) afirmando que a Petrobras está mentindo nos argumentos para aplicação da sua nova política de preços. A CNT diz que essa nova metodologia é “desproporcional” e afirma que a estatal repassa aos trabalhadores as consequências da corrupção de que vem sofrendo.
- Foto: DivulgaçãoPetrobras.
A nota também comenta sobre a retirada da Cide sobre o óleo diesel. A Confederação afirma que a mudança “terá impacto irrisório no preço final do combustível”. Recentemente o governador do Piauí, Wellington Dias, disse que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra essa alteração. Segundo ele, isso diminuirá a arrecadação dos estados e dos municípios.
O aumento do preço dos combustíveis afeta os transportadores e impacta diretamente nos custos do transporte. Segundo o estudo Transporte em Números, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte, em 2017, os combustíveis tiveram alta de 8,9%. A gasolina aumentou 10,32% e o diesel, 8,35%. Com isso, a inflação do transporte acumulou alta de 4,1%, maior que a inflação do país medida pelo IPCA, que foi de 2,95%.
O estudo da CNT mostra que os combustíveis são parte decisiva da estrutura de custos das transportadoras em todos os modais. Por serem custos variáveis, ou seja, terem seu consumo vinculado ao número de viagens realizadas, seu mercado é diretamente influenciado pela atividade transportadora em um determinado período.
Confira na íntegra a nota da CNT:
1) A política de preços adotada pela Petrobras em suas refinarias, que acompanha a alta das cotações internacionais do petróleo, é uma medida desproporcional, pois ela tem custos internos e não internacionais.
2) Transportadores não podem responder pela ineficiência da Petrobras e pela corrupção que ocorreu na estatal.
3) Países autossuficientes na produção de petróleo praticam preços do óleo diesel mais baratos.
4) Em comparação a outros países que possuem perfil similar ao desenvolvimento econômico brasileiro, como Rússia e México, o preço do óleo diesel no Brasil é superior. O óleo diesel cobrado no Brasil é, em média, 15% superior ao cobrado nos Estados Unidos, sendo que a renda média neste país é seis vezes maior que a do brasileiro.
5) A política de preços de combustível deve considerar as condições econômicas do Brasil.
6) Essa política equivocada e desastrosa não poderia ter sido implantada em pior momento para o setor transportador, que ainda luta para superar as perdas da forte recessão econômica.
7) Os sucessivos aumentos do óleo diesel comprometem com mais intensidade o transporte rodoviário, que responde pelo tráfego de 90% dos passageiros e por mais de 60% da movimentação de bens e produtos no Brasil.
8) A solução apresentada, até o momento, pelo governo em nada contribuirá para garantir as condições mínimas de operação do transporte rodoviário de cargas e passageiros no país. A retirada da Cide sobre o óleo diesel terá impacto irrisório no preço final do combustível.
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