Rússia quer que Assad negocie com a oposição síria
A Rússia, um dos últimos apoios de Damasco, tem multiplicado as reuniões sobre o caso sírio.
A Rússia, única grande potência que mantém relações estreitas com o regime sírio, convocou nesta sexta-feira o presidente Bashar al-Assad a dialogar com a oposição para resolver o sangrento conflito que devasta o país.
"Incitamos ativamente, como fazemos há meses, o regime sírio a fazer o que puder para concretizar suas intenções de dialogar com a oposição", declarou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, em uma coletiva de imprensa, depois de se reunir com seu homólogo egípcio, Mohamed Amr.
Lavrov respondia, assim, a uma pergunta sobre a reunião realizada na quinta-feira em Moscou com uma delegação síria encabeçada por um vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Faisal Mokdad.
Mas o chefe da diplomacia russa também declarou que seu país continua rejeitando os apelos de alguns países para que Assad renuncie, e reiterou que este assunto é incumbência do próprio povo sírio.
A Rússia, um dos últimos apoios de Damasco, tem multiplicado as reuniões sobre o caso sírio.
O emissário internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, chegará no sábado a Moscou.
"Vamos nos reunir para ter uma visão de conjunto, com os pontos de vista de ambas as partes" no conflito sírio, acrescentou Lavrov.
Mas o chefe da coalizão da oposição síria, Moaz El-Khatib, afirmou em seguida que recusava o convite de Moscou para participar de negociações e exigiu desculpas por parte da Rússia.
"Dissemos claramente que não iríamos a Moscou (...) e agora queremos desculpas (do chanceler russo) Sergei Lavrov" por sua ingerência nos assuntos sírios e por se negar a condenar a matança do povo sírio, declarou Khatib ao canal de televisão Al-Jazeera.
"É possível que participemos em reuniões, mas apenas em um país árabe, e se houver um ordem do dia clara", acrescentou.
"Queremos agora desculpas de Serguei Lavrov, que diz o tempo todo que os povos devem escolher seu futuro sem ingerência estrangeiras. E a Rússia interfere e atua como se todos os massacres dos quais foi vítima o povo sírio fossem apenas um passeio", acrescentou.
Anteriormente, um vice-ministro russo das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov, havia afirmado à agência Ria Novosti que Moscou havia enviado um convite a Moaz el-Khatib para que participe das negociações.
Estas declarações foram feitas num momento em que a aviação bombardeava nesta sexta-feira a província de Damasco, depois de uma noite marcada por bombardeios e combates nos bairros da capital, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"A aviação bombardeou pela primeira vez a localidade de Asal al-Ward, na região de Kalamun, matando um civil, ferindo dezenas de outros e destruindo muitas casas", disse o OSDH, uma organização radicada no Reino Unido que se baseia em uma rede de ativistas e médicos no país.
O exército se retirou na quinta-feira de várias zonas próximas à capital depois de ataques rebeldes contra postos militares, segundo o OSDH, que teme novos bombardeios da aviação.
Durante a noite ocorreram combates e bombardeios em vários bairros de Damasco. Muitos foguetes caíram sobre o bairro de Qabun (nordeste).
No âmbito diplomático, até agora a Rússia bloqueou junto com a China todos os projetos de resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condenavam o presidente sírio Assad e abriam caminho para aplicar sanções ou inclusive recorrer à força.
Moscou nega, no entanto, que apoie o regime sírio, para quem vende armas, e assegura que defende o direito internacional e deseja evitar o caos e o terrorismo.
"A comunidade internacional não deve incitar uma ou outra parte à violência, nem colocar condições preliminares", disse Lavrov.
"Com todo o respeito devido à comunidade internacional, corresponde ao povo sírio decidir" o futuro de Assad, ressaltou o ministro russo.
O presidente russo, Vladimir Putin, também havia insistido na semana passada neste ponto.
"Qual é a nossa posição? Não se trata de deixar o regime de Assad no poder a qualquer preço, mas, principalmente, (deixar que os sírios) entrem em acordo entre eles para decidir como querem continuar vivendo", declarou Putin em uma coletiva de imprensa.
O conflito na Síria deixou mais de 45.000 mortos em 21 meses, segundo o OSDH.
"Incitamos ativamente, como fazemos há meses, o regime sírio a fazer o que puder para concretizar suas intenções de dialogar com a oposição", declarou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, em uma coletiva de imprensa, depois de se reunir com seu homólogo egípcio, Mohamed Amr.
Lavrov respondia, assim, a uma pergunta sobre a reunião realizada na quinta-feira em Moscou com uma delegação síria encabeçada por um vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Faisal Mokdad.
Mas o chefe da diplomacia russa também declarou que seu país continua rejeitando os apelos de alguns países para que Assad renuncie, e reiterou que este assunto é incumbência do próprio povo sírio.
A Rússia, um dos últimos apoios de Damasco, tem multiplicado as reuniões sobre o caso sírio.
O emissário internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, chegará no sábado a Moscou.
"Vamos nos reunir para ter uma visão de conjunto, com os pontos de vista de ambas as partes" no conflito sírio, acrescentou Lavrov.
Mas o chefe da coalizão da oposição síria, Moaz El-Khatib, afirmou em seguida que recusava o convite de Moscou para participar de negociações e exigiu desculpas por parte da Rússia.
"Dissemos claramente que não iríamos a Moscou (...) e agora queremos desculpas (do chanceler russo) Sergei Lavrov" por sua ingerência nos assuntos sírios e por se negar a condenar a matança do povo sírio, declarou Khatib ao canal de televisão Al-Jazeera.
"É possível que participemos em reuniões, mas apenas em um país árabe, e se houver um ordem do dia clara", acrescentou.
"Queremos agora desculpas de Serguei Lavrov, que diz o tempo todo que os povos devem escolher seu futuro sem ingerência estrangeiras. E a Rússia interfere e atua como se todos os massacres dos quais foi vítima o povo sírio fossem apenas um passeio", acrescentou.
Anteriormente, um vice-ministro russo das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov, havia afirmado à agência Ria Novosti que Moscou havia enviado um convite a Moaz el-Khatib para que participe das negociações.
Estas declarações foram feitas num momento em que a aviação bombardeava nesta sexta-feira a província de Damasco, depois de uma noite marcada por bombardeios e combates nos bairros da capital, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"A aviação bombardeou pela primeira vez a localidade de Asal al-Ward, na região de Kalamun, matando um civil, ferindo dezenas de outros e destruindo muitas casas", disse o OSDH, uma organização radicada no Reino Unido que se baseia em uma rede de ativistas e médicos no país.
O exército se retirou na quinta-feira de várias zonas próximas à capital depois de ataques rebeldes contra postos militares, segundo o OSDH, que teme novos bombardeios da aviação.
Durante a noite ocorreram combates e bombardeios em vários bairros de Damasco. Muitos foguetes caíram sobre o bairro de Qabun (nordeste).
No âmbito diplomático, até agora a Rússia bloqueou junto com a China todos os projetos de resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condenavam o presidente sírio Assad e abriam caminho para aplicar sanções ou inclusive recorrer à força.
Moscou nega, no entanto, que apoie o regime sírio, para quem vende armas, e assegura que defende o direito internacional e deseja evitar o caos e o terrorismo.
"A comunidade internacional não deve incitar uma ou outra parte à violência, nem colocar condições preliminares", disse Lavrov.
"Com todo o respeito devido à comunidade internacional, corresponde ao povo sírio decidir" o futuro de Assad, ressaltou o ministro russo.
O presidente russo, Vladimir Putin, também havia insistido na semana passada neste ponto.
"Qual é a nossa posição? Não se trata de deixar o regime de Assad no poder a qualquer preço, mas, principalmente, (deixar que os sírios) entrem em acordo entre eles para decidir como querem continuar vivendo", declarou Putin em uma coletiva de imprensa.
O conflito na Síria deixou mais de 45.000 mortos em 21 meses, segundo o OSDH.
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